Da Tristeza Autoritária
Da tristeza que toma conta
de mim, pouco sei. Não sei de onde vem, se veio de algum lugar, como não sei o
momento em que resolveu se apropriar de
mim. Só sei que tomou posse de meus atos e de meus pensamentos.
Não há como discutir sua
inconveniência. Não me permite dialogar.
As tristezas, de modo geral, fazem parte de nossa vida, são, em alguns
momentos, saudáveis. Aparecem quando convidadas, não invadem sem pedir licença.
Esta não foi autorizada, simplesmente se alojou
Parece que pretende se instalar definitivamente.
Tento sorrir, mas ela anuvia
meu sorriso, quero cantar para aliviar. A canção se rende à melancolia. O grito
está preso na garganta, as lágrimas retidas na retina, o olhar perdido no
imenso deserto, as mãos atadas por nós invisíveis e a vida rendida à solidão de
mim mesmo.
Jorge Nicoli
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