Um Poema de Revolta
Entre as ruínas do templo,
outrora imponente,
mendigos se alimentam
com as sobras da santa
ceia.
Meninos e meninas
se divertem com os ratos
e no altar central
o Cristo em decomposição
a tudo assiste
impassivelmente.
Urubus e espaçonaves
prateadas
dividem os azulejos* do
céu
sob os olhares inertes
de um Deus cansado e
alquebrado.
Pelas ruas escuras,
zumbis marcham.
empunhando bandeiras descoloridas.
entoando patéticos hinos
que louvam o nada.
Monstros saídos de um
pântano fétido
exalando odor nauseabundo
que infesta igrejas e
templos,
onde sacerdotes e pastores
destilam m moralismo
apodrecido.
No meio da destruição do
templo
os mendigos dormem sobre
seus trapos sem cor,
enquanto meninos e meninas
brincam de
polícia/bandido,
sob a proteção de Judas
Iscariotes.
Jorge Nicoli
*Apropriado de Djavan
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