sábado, 19 de março de 2016


O mês de março

O mês de março marca o nascimento de gente importante no mundo das artes, como marca o Dia Internacional da Mulher, uma data para a reflexão sobre o papel deste ser sensível, misterioso, neste universo, Um papel ainda não reconhecido integralmente. Não vamos falar da mulher em outras culturas, preferimos ver as nossas mulheres, aquelas que vivem aqui neste Brasil varonil que, apesar de todo o avanço nesta questão, continuo recebendo somente 70%  do salário pago ao homem, pela mesma função, que, mesmo com a lei mais dura, continua sendo a maior vítima da violência doméstica. E não é só a física e, principalmente, a psicológica – tão cruel quanto a física – e qie continua sendo morta em nome de um tal amor. Ou se pode chamar de propriedade privada?

            Mesmo tendo consciência de que é preciso avançar nesta questão, a mulher ainda se sujeita a ser “musa” de músicas idiotizadas, como, vez ou outra, se transforma em  potranca ou em filé, na visão machista de certos homens. Homens que não têm um mínimo de sensibilidade para respeitar este  ser que é a razão da sobrevivência da humanidade. Um ser que espalha sensibilidade e ternura que, além de tudo, é corajosa, destemida e dono de uma rara inteligência.

Além deste Dia, março nos legou alguns ícones, Elis Regina, e um dos maiores compositores deste País, chamado José de Assis Valente, baiano, nascido em 19 de março de 1911. Assis Valente compôs, entre tantas maravilhas, Boas Festas, - um retrato fiel do Natal-, Camisa Listrada, E o mundo não se acabou, Alegria. Apaixonado por Carmen Miranda, com uma homossexualidade latente, tentou o suicídio, uma vez saltando do Pão de Açúcar, no Rio, salvo pelas árvores, mas no dia 6 de março de 1958, com a prosaica mistura formicida/guaraná pôs fim à vida.

Mas este mês não nos reserva somente motivos para homenagens, mesmo porque há 52 anos, no dia 31 – ou seria 1º de abril? - a elite, com o apoio da mídia e a força dos militares perpetrou um golpe, contra o Presidente democraticamente eleito João Goulart – que também nasceu em março, dia 1º - que jogou o País nas trevas por 21 anos.

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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura



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