quarta-feira, 22 de abril de 2020



Autopsicografia

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve, na dor lida sentem bem, não as duas que ele teve, mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda gira, a entreter a razão, esse comboio de cordaque se chama o coração.

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