A Falácia do Homem Livre
Cá entre nós, a servidão, de preferência
sorridente, é pois inevitável. Mas não o devemos reconhecer. Quem não pode
fugir a ter escravos, não valerá mais que os chame homens livres?
Por princípio, em primeiro lugar, e depois para os
não desesperar. É-lhes bem devida esta compensação, não acha? Deste modo eles
continuarão a sorrir e nós manter-nos-emos de consciência tranquila. Sem o que,
seríamos forçados a voltar-nos para nós mesmos, ficaríamos loucos de dor, ou
até modestos, tudo é de temer.
Albert Camus,
escritor, poeta, dramaturgo, filósofo francês, nascido na Argélia em 1913
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