Da
Fantasia
Os
homens crêem no que lhes convém e fingem ignorar o que não lhes interessa.
Deste modo, surpreendem-se sempre; porque o gosto de todos implica o desencanto
de cada um. Não há dois desejos iguais nem um único mundo; o homem não quer
ajustar-se a si e cada qual se imagina um outro. Depois choram a sua fantasia
como realidade perdida; lágrimas verdadeiras sobre cadáveres imaginários. Tendo
o remédio tão perto do bico, ignoram-no por vontade própria. Culpa da sua
imaginação, que é seu arbítrio.
Max Aub, escritor nascido na Espanha em 1903
Max Aub, escritor nascido na Espanha em 1903
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