quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019



Da Fantasia

Os homens crêem no que lhes convém e fingem ignorar o que não lhes interessa. Deste modo, surpreendem-se sempre; porque o gosto de todos implica o desencanto de cada um. Não há dois desejos iguais nem um único mundo; o homem não quer ajustar-se a si e cada qual se imagina um outro. Depois choram a sua fantasia como realidade perdida; lágrimas verdadeiras sobre cadáveres imaginários. Tendo o remédio tão perto do bico, ignoram-no por vontade própria. Culpa da sua imaginação, que é seu arbítrio. 

Max Aub, escritor nascido na Espanha em 1903 

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