quinta-feira, 24 de outubro de 2019




Ídolos,  Mitos e Homens,
Como Disassiciá-los?

 A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas no palco e pessoas tocando instrumentos musicais


De repente o ídolo se desmancha no ar. Se bem que ídolos e mitos vivem  correndo este risco. Desmancharem-se ao pequeno sopro de realidade.

Raul não era bem um ídolo, talvez uma referência, então sabe-se que teria cometido ato desaconselhável com seu amigo e parceiro Paulo Coelho, dedurando-o à polícia política da ditadura militar, em 1974.

Por outro lado, Paulo Coelho se manteve calado durante 45 anos e, numa atitude digna, disse que se manterá calado.

Deste episódio triste, sobra, mais uma vez, algo para se refletir sobre o ser homem/artista. Poderemos os separar? Ou os vemos como um só?

O escritor abominado por intelectuais, se reveste da dignidade  dos grandes homens e de posições políticas  claras. O artista, endeusado por sua rebeldia contra o sistema, reaparece envolto no manto da alienação e, de certa forma – se aconteceu de fato -, se misturando aos execráveis bajuladores da, não menos execrável, ditadura militar.

Reflitamos. Pode ser que não chegaremos à nenhuma conclusão. Mas não custa tentar.

Jorge Nicoli




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