O passeio da vida
Sentado
num tosco banco de madeira, observo a vida passar. Com ela, andarilhos,
prostitutas, bêbados, malabaristas, equilibristas, palhaços, bailarinas,
domadores, burgueses obesos. garotas e garotos plugados em seus aparelhos
eletrônicos perfeitamente descartáveis, como são dispensáveis os amores
eternos. E antes que me dê conta da minha inércia a observar a passagem da
vida, mãos macias me tocam a face e eu desperto para passear de braços dados
com a própria vida.
Jorge
Nicoli
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