sábado, 17 de dezembro de 2016


“Quero Morrer Sendo Eu”


Numa das últimas entrevistas de Elis Regina para um programa de televisão ela disse, entre outras coisas, que “quero morrer sendo eu”. Uma frase aparentemente óbvia, mas me parece ir além de si mesma, de seu aparente significado óbvio.  

Nem todos conseguem morrer sendo si mesmos. Sim, muitos se perdem pela vida a fazer aquilo que não gostariam de fazer e o fazem por circunstâncias alheias a sua vontade  ou o fazem por necessidade de ser inseridos na sua própria vida. Ou a que julgam ser.


Entenda-se, se rende ao sucesso fácil, ao dinheiro, ao deseja de ascensão social, ao poderoso de plantão, às supostas facilidades de uma sociedade de consumo.
 Então, abdica-se do direito de ser o que se é para viver a ilusão de ser o que não é.

Portanto.  “morrer sendo eu”, dito por Elis, significa não fazer concessões, não ceder aos apelos de uma sociedade consumista, não abrir mão de sua dignidade.

Em suma, é ter consciência de seu papel no mundo, é ter coragem de assumir o que se é, portanto, é dizer não ao que é fácil e dizer sim ao que é preciso fazer – mesmo que custe caro -  para permanecer sendo o que se é.


Jorge Nicoli


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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro

S ATRIZES QUE

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