O Tempo do Relógio
O tempo do teatro é o do eterno
retorno, é nietzscheano, é o tempo do amor. (Quando você está na cama com uma
pessoa, você não tem "tempo". Você sai do tempo, entra num outro.) É
a mesma coisa com a arte. Não tem sentido ficar nesse tempo de agenda. Aí você
sai do teatro e não foi modificado, ficou no tempo linear, o do Ocidente, do
relógio.
Mesmo no aqui e agora, existe
alguma outra coisa que não está no relógio. Se você se abre para ela, libera
energias enormes no corpo, que estão escravizadas pelo relógio de ponto. E a
gente tem a vida toda pontuada, horário para trabalhar, para ver televisão,
para dormir, acordar.
José Celso Martinez Correa
um ícone do teatro brasileiro
mascido em Araraquara, em 1937
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