Kafikanina criatura
Aqui
estou eu a me debater nas teias das impossibilidades, sentindo ser um
personagem kafkaniano.
Procuro
razões e explicações para tais
metamorfoses, não as encontro, pois
sempre consigo escapar das teias para
viver na normalidade das possibilidades. Nunca
com facilidade, esgotado e com muitas
cicatrizes.
Uma
vez liberto, prometo cuidar da minha
sanidade com carinho. Não consigo porque
há sempre um sorriso ou um olhar à espreita, dispostos a acordar
a insanidade adormecida dentro de
mim que, acordada, me joga de novo nos braços de Kafka..
Jorge Nicoli
Laura Cunha, artista plática, de Cruzeiro
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