Um João Contemporâneo
Um homem de baixa estatura pregava
numa esquina da rua principal e na pregação dizia: “Jesus não tem convênio com a Igreja Católica
nem com nenhuma Igreja Evangélica. Jesus é portador da palavra de Deus”. Estava
bem vestido, ao seu lado uma bolsa, enfim parecia normal. Normal? Bem, não sei, mesmo porque não quero ser
preconceituoso, conceituando-o. Afinal, só o vi uma vez.
Mas deixando isto de lado,
podemos reflexionar sobre seu ato solitário. Num País polarizado politicamente,
alguém resolveu pregar a palavra de Deus. Parecia não pertence a nenhuma igreja. Talvez a de Cristo, embora se saiba que Ele não fundou nenhuma igreja tampouco nenhuma
religião.
O que moveria um homem a se
postar numa esquina e fazer discurso religioso?
Somente a fé? Que pretende de fayo? Salvar almas? Ou evangelizar?. Ele estava só. E só pregava,
como João ou com o próprio Jesus. Isto em pleno século XXI.
Suas palavras chegaram aos
ouvidos de alguém? Neste mundo contemporâneo, alguém estaria dispostas a parar para ouvir pregação
religiosa?
Quais os sentimentos que movem
este pregador contemporâneo? Ao fim do dia, como se sentirá ao perceber que
ninguém parou para ouvi-lo, nem mesmo o olhou com simpatia? Talvez satisfeito
com seu ato de fé, aliviado, quem sabe, por ter cumprido parte da missão a ele
confiada por Deus. Uma missão longa que só deverá terminar quando for para o
Paraíso - talvez seu grande objetivo –
ou se um dia perceber que prega no deserto. Que tenho minhas dúvidas.
Jorge Nicoli
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