O Amor pela Humanidade Começa
As paixões
diminuem com a idade. O amor, que não deve ser classificado entre as paixões,
diminui da mesma maneira. O que perde por um lado recupera por outro. Já não é
severo para o objeto dos seus desejos, fazendo justiça a si mesmo: a expansão é
aceite. Os sentidos já não possuem o seu aguilhão para excitar os sexos da
carne.
O amor pela
humanidade começa. Nesses dias em que o homem sente que se torna um altar
ornado pelas suas virtudes, feitas as contas de cada dor que se revelou, a
alma, num recôndito do coração onde tudo parece ter origem, sente qualquer
coisa que já não palpita. Referi-me à recordação.
Isidore de Lautréamont, poeta, nascido no Uruguai
em 1846
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