terça-feira, 20 de março de 2018



O Amor pela Humanidade Começa


As paixões diminuem com a idade. O amor, que não deve ser classificado entre as paixões, diminui da mesma maneira. O que perde por um lado recupera por outro. Já não é severo para o objeto dos seus desejos, fazendo justiça a si mesmo: a expansão é aceite. Os sentidos já não possuem o seu aguilhão para excitar os sexos da carne.


O amor pela humanidade começa. Nesses dias em que o homem sente que se torna um altar ornado pelas suas virtudes, feitas as contas de cada dor que se revelou, a alma, num recôndito do coração onde tudo parece ter origem, sente qualquer coisa que já não palpita. Referi-me à recordação.


Isidore de Lautréamont, poeta, nascido no Uruguai em 1846


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