Sendo Apenas o Pior dos Clichês
Com
a popularização da tecnologia para troca de informações pessoais, nota-se hoje
um fenômeno mundial nas redes sociais: as postagens públicas de assuntos
extremamente pessoais, e até uso de aplicativos, como WhatsApp, para envio de
conteúdos privados e fotos íntimas a uma gama de pessoas. Conhecidas
ou não na vida real, isso parece ser apenas um detalhe. O importante é ter
alguém com quem dividir algum tipo de sensação, mesmo que superficial em
relação a si mesmo e ao outro.
Uma simples curtida, comentário ou mensagem privada já
parece ser uma boa recompensa pela exposição. Tudo parece girar em torno do
apenas ser reconhecido, ou apenas notado em breves instantes do dia, sem que
seja necessário um envolvimento maior Viver de pequenas sensações de que não
estamos sozinhos. Sentir que existimos para alguém e não só para nós mesmos.
Intimidades
super expostas, porém logo esquecidas. Dificilmente nos lembramos do que os
outros fizeram e compartilharam, mesmo depois de termos curtido. É a dinâmica
atual das relações superficiais e efêmeras. O que vale é sentir que somos
observados e admirados, algo que alimenta nossa vaidade. Porém, a duração do
que apreciamos no outro é veloz e logo já nos esquecemos.
Não
é fácil encarar o que supomos conhecer de nós mesmos e nos ajustarmos aquilo se
expõe aos poucos quando temos pessoas reais para nos relacionar. Ao primeiro
desencontro de ideias ou postura frente à vida já julgamos como um sinal de que
devemos nos afastar e esquecer. Mas enquanto nos satisfazemos com migalhas do
que podemos oferecer aos outros e com aquilo que podemos receber em troca,
vamos sendo apenas o pior dos clichês.
=MsoNoSpacing style='text-indent:35.4pt'>O
que vale é sentir que somos observados e admirados, algo que alimenta nossa
vaidade. Porém, a duração do que apreciamos no outro é veloz e logo já nos
esquecemos.
Não
é fácil encarar o que supomos conhecer de nós mesmos e nos ajustarmos aquilo se
expõe aos poucos quando temos pessoas reais para nos relacionar. Ao primeiro
desencontro de ideias ou postura frente à vida já julgamos como um sinal de que
devemos nos afastar e esquecer. Mas enquanto nos satisfazemos com migalhas do
que podemos oferecer aos outros e com aquilo que podemos receber em troca,
vamos sendo apenas o pior dos clichês.
Sílvia Ambrósio, jornalista e atriz, de
Cachoeira Paulista, colaboradora do Sopa de Cebola
Nenhum comentário:
Postar um comentário