quarta-feira, 21 de março de 2018

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Sendo Apenas o Pior dos Clichês


Com a popularização da tecnologia para troca de informações pessoais, nota-se hoje um fenômeno mundial nas redes sociais: as postagens públicas de assuntos extremamente pessoais, e até uso de aplicativos, como WhatsApp, para envio de conteúdos privados e fotos íntimas a uma gama de pessoas. Conhecidas ou não na vida real, isso parece ser apenas um detalhe. O importante é ter alguém com quem dividir algum tipo de sensação, mesmo que superficial em relação a si mesmo e ao outro.


Uma simples curtida, comentário ou mensagem privada já parece ser uma boa recompensa pela exposição. Tudo parece girar em torno do apenas ser reconhecido, ou apenas notado em breves instantes do dia, sem que seja necessário um envolvimento maior Viver de pequenas sensações de que não estamos sozinhos. Sentir que existimos para alguém e não só para nós mesmos.


Intimidades super expostas, porém logo esquecidas. Dificilmente nos lembramos do que os outros fizeram e compartilharam, mesmo depois de termos curtido. É a dinâmica atual das relações superficiais e efêmeras. O que vale é sentir que somos observados e admirados, algo que alimenta nossa vaidade. Porém, a duração do que apreciamos no outro é veloz e logo já nos esquecemos.


Não é fácil encarar o que supomos conhecer de nós mesmos e nos ajustarmos aquilo se expõe aos poucos quando temos pessoas reais para nos relacionar. Ao primeiro desencontro de ideias ou postura frente à vida já julgamos como um sinal de que devemos nos afastar e esquecer. Mas enquanto nos satisfazemos com migalhas do que podemos oferecer aos outros e com aquilo que podemos receber em troca, vamos sendo apenas o pior dos clichês.
=MsoNoSpacing style='text-indent:35.4pt'>O que vale é sentir que somos observados e admirados, algo que alimenta nossa vaidade. Porém, a duração do que apreciamos no outro é veloz e logo já nos esquecemos.



Não é fácil encarar o que supomos conhecer de nós mesmos e nos ajustarmos aquilo se expõe aos poucos quando temos pessoas reais para nos relacionar. Ao primeiro desencontro de ideias ou postura frente à vida já julgamos como um sinal de que devemos nos afastar e esquecer. Mas enquanto nos satisfazemos com migalhas do que podemos oferecer aos outros e com aquilo que podemos receber em troca, vamos sendo apenas o pior dos clichês.


    

Sílvia Ambrósio, jornalista e atriz, de Cachoeira Paulista, colaboradora do Sopa de Cebola

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