A Fatalidade do Não
A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um
momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é
a única coisa efetivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende
sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade.
É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a
nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos
que viver mais um tempo com o sim.
José
Saramago. Nascido dia 16 de novembro de 1922, em Potygal
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