segunda-feira, 26 de novembro de 2018




Teatro


Da Deusa de Tihuana


Luiz Antônio Rocha

O Anjo Azul (1930) e Casablanca (1942), são duas histórias banais, comuns, que se transformaram, por um motivo ou outro, em  clássicos cinematográficos. Assim Frida Kahlo, a Deusa de Tihuana também não foge do banal, do comum. História de amor  de uma mulher marcada  por dramas pessoais, físicos e emocionais. Texto baseado em anotações pessoais da pintora mexicana Frida Kahlo, prosaicas, existenciais, quase filosóficas, corajosas, dramáticas. Ingredientes para criar um espetáculo piegas, melodramático. Assim como nos dois filmes, o diretor Luiz Antônio Rocha consegue driblar o óbvio, o fácil e cria um espetáculo contido, mas com uma grande carga de emoção, de dramaticidade, de  rara sensibilidade. Consegue inserir longos silêncios, como forma de narrativa, da mesma forma que “quebra a quarta parede”, para a participação do espectador sem perder o fio condutor. Traz para a cena Diego Rivera, o grande amor de Frida, de forma invisível,  como usa a sutileza na presença do música/camareiro em cena. Enfim de uma bela direção surge um belíssimo espetáculo.

Da atriz


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            Monólogo nunca é fácil, é preciso mais de que um bom texto ou uma boa direção, é preciso talento, saber que  se está só na imensidão de um palco, que é necessário ocupá-lo, com a voz, com os gestos, com movimentos, com o silêncio. É que faz Rose Germano, com seu enorme talento. Rose dá vida à personagem sem se apossar dela. Não se perde em histrionismo,  comum em histórias dramáticas, e não quer ser maior do que o texto.  Mesmo assim é impossível não vê-la em toda a plenitude no palco. Nela está a humildade das grandes estrelas do teatro brasileiro. Talvez, como Fernanda Montenegro, não aceite o e epíteto de diva ou de dama do teatro, mas não há como não concordar que é, sem dúvida alguma, uma das mais brilhantes atrizes brasileiras.

Jorge Nicoli
Ator e diretor
Carmen Xavier
Atriz e diretora






            

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