segunda-feira, 18 de novembro de 2019



Das Coisas Descartáveis

Lá pelos já idos anos 50, se falava que quando chegássemos ao ano 2000, haveria uma revolução e o mundo seria o paraíso.
Aeronaves cruzariam os céus, a viagens a  Marte seriam como ir a São Paulo ou ao Rio, assim como o bate papo com alienígenas em bares e botecos. O mundo propagado por Hollywood

Estamos  quase no vigésimo ano após 2000, com tecnologia nunca imaginada pelos profetas daqueles anos de arte e cultura efervescentes, de inteligência supimpa – olha só – e o mundo se reduz a uma incrível  indigência intelectual. As redes sociais repletas de mensagens inócuas, ninguém se expondo, expressando seu pensamento, se escondendo atrás de uma tela. Mas, ao mesmo tempo, se sentindo participante efetivo das mudanças sociais e políticas, com uma sucessão interminável de self, se olhando esteticamente, à espera da aprovação do outro para se inserir no mundo. Tudo muito raso, etéreo,, desprovido da reflexão, do pensar.

Na realidade estamos à beira de um profundo vazio.  Vazio existencial. Um mundo de coisas descartáveis, pensamentos, cultura, arte, ídolos, brinquedos, copos e garrafas. Nada reciclável.

Jorge Nicoli


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