Das Coisas Descartáveis
Lá pelos já idos anos 50,
se falava que quando chegássemos ao ano 2000, haveria uma revolução e o mundo
seria o paraíso.
Aeronaves cruzariam os
céus, a viagens a Marte seriam como ir a
São Paulo ou ao Rio, assim como o bate papo com alienígenas em bares e botecos.
O mundo propagado por Hollywood
Estamos quase no vigésimo ano após 2000, com
tecnologia nunca imaginada pelos profetas daqueles anos de arte e cultura
efervescentes, de inteligência supimpa – olha só – e o mundo se reduz a uma incrível indigência intelectual. As redes sociais
repletas de mensagens inócuas, ninguém se expondo, expressando seu pensamento,
se escondendo atrás de uma tela. Mas, ao mesmo tempo, se sentindo participante
efetivo das mudanças sociais e políticas, com uma sucessão interminável de
self, se olhando esteticamente, à espera da aprovação do outro para se inserir
no mundo. Tudo muito raso, etéreo,, desprovido da reflexão, do pensar.
Na realidade estamos à beira
de um profundo vazio. Vazio existencial.
Um mundo de coisas descartáveis, pensamentos, cultura, arte, ídolos, brinquedos,
copos e garrafas. Nada reciclável.
Jorge Nicoli
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