Um Poema
Palavra,
Humana,
Demasiadamente Humana
A palavra não dá em árvores,
não pode ser colhida
como se colhem frutos,
não se planta
como se plantam hortaliças,
não se produz
como se fosse um objeto
a ser consumido.
Não se cria a palavra
em laboratório,
como se fosse ela
produto da fria ciência.
A palavra não pertence
a nenhum grupo econômico,
não tem patente registrada.
A palavra pertence ao homem,
seu único e legítimo dono.
Ela é fruto da alma humana
se reproduz na escrita,
se refaz na inteligência
e se perpetua na linguagem.
Assim é a palavra
que deve ser tratada com carinho e afeto,
pois ela é do humano,
do demasiadamente humano.
Jorge Nicoli
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