Palocci e a miséria humana
Tenho um “defeito” antigo de observar, além do “o
que se diz” o “como se diz”, é é justamente aí que a “bomba” de Palocci perde a
força.
Embora lhe tenha dado as manchetes, até a
imprensa conservadora manteve um “pé atrás” com as supostas revelações do
ex-ministro.
As frases de efeito – como a do “pacto de
sangue” – e os ronronados para Sérgio Moro, a quem oferecia mais do que lhe era
pedido nas perguntas deixavam claro que ali estava um gato, disposto a arquear
o dorso ao novo dono e a cravar as garras no velho amigo.
Em nada lembrou o comportamento constrangido que
teve na história do caseiro Francenildo ou na sua demissão do governo Dilma,
quando não foi capaz de justificar suas rendas pessoais, alegando “cláusulas de
confidencialidade” nos negócios que teve com empresas.
Ali, era um Palocci contido, constrangido, escorregando
em evasivas, nem um pouco com o este, assertivo, afirmativo e… sem provas.
Como disse antes, o Palocci sabujo foi
inconvincente até para a direita e pode ter fracassado no seu evidente
objetivo de, somado às iniciativas do igualmente desmoralizado Janot, levar um
Lula alquebrado para seu segundo confronto com Sérgio Moro, daqui a três dias,
em seu depoimento.
É aposta errônea, pois não o levaram ao
desespero e, ainda que o consigam, a história mostra que o sacrifício
pode acabar sendo vitória.
Creio que seguem o mesmo padrão de erro e nele se
aprofundam. Andam à procura de um Judas, sem saber que também com um
Judas se faz um Cristo.
Fernando
Brito,
no Tijolaço
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