O Teatro e a Sátira Política
O teatro
político coloca toda uma série de problemas. Há que evitar os sermões a todo o
custo. A objetividade é essencial, deve-se deixar as personagens respirar o seu
próprio ar. O autor não pode confiná-las nem obrigá-las a satisfazer o seu
próprio gosto, inclinações ou preconceitos.
Tem de estar
preparado para as abordar sob uma grande variedade de ângulos, um leque de
perspectivas diversas, apanhá-las de surpresa, talvez, de vez em quando, mas
deixando-lhes a liberdade de seguirem o seu próprio caminho. Isto nem sempre funciona.
E a sátira
política, é evidente, não obedece a nenhum destes preceitos; faz exatamente o
inverso, e é essa a sua função principal.
Harold Pinter
Dramaturgo e poeta, nascido na Inglaterra em 1930
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