quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018



O Teatro e a Sátira Política


O teatro político coloca toda uma série de problemas. Há que evitar os sermões a todo o custo. A objetividade é essencial, deve-se deixar as personagens respirar o seu próprio ar. O autor não pode confiná-las nem obrigá-las a satisfazer o seu próprio gosto, inclinações ou preconceitos.


Tem de estar preparado para as abordar sob uma grande variedade de ângulos, um leque de perspectivas diversas, apanhá-las de surpresa, talvez, de vez em quando, mas deixando-lhes a liberdade de seguirem o seu próprio caminho.  Isto nem sempre funciona.


E a sátira política, é evidente, não obedece a nenhum destes preceitos; faz exatamente o inverso, e é essa a sua função principal.


Harold Pinter
Dramaturgo e poeta, nascido na Inglaterra em 1930


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