A preguiça é a doença da ação
A
preguiça tem alvo. Sua arma é o abandono. Quando temos preguiça tratamos nosso
alvo como algo que simplesmente não nos interessa. Abandonamos ou ficamos
abandonados a nós mesmos.
Pode-se
ter preguiça de conversar com amigos, mas também de educar os filhos, de
ensinar alunos, de informar um funcionário sobre seus erros ou até acertos. A
preguiça não vem do cansaço. É bom esclarecer que cansado é aquele que fez ou
tentou fazer, que exauriu forças e não pode prosseguir por esgotamento. Esgotou
uma força que havia.
Preguiçoso
é quem nem tentou fazer, mas está impedido por um outro motivo, o descaso. Em
sua base está um desinteresse pelas coisas e pelas pessoas que, sem cuidado,
pode se transformar em falta de respeito. O preguiçoso é aquele que esgota uma
força que nunca existiu, ele se cansa antes de ter começado como se estivesse
doente de uma curiosa incapacidade de agir.
Márcia Tiburi, artista plástica,
professora de filosofia e escritora, nascida em Vacaria, RS em 1970
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