quinta-feira, 26 de abril de 2018



Música

Movimento Cinquentão
           
Na verdade, a Tropicália (ou Tropicalismo) tem seu início em 1967 no III Festival de MPB, da TV Record, com Caetano e Gil, porém o Movimento tem seu auge em 1968, com lançamentos de discos, programa de televisão, shows s e discursos . O Tropicalismo (ou Tropicália) não influenciou no comportamento de jovens, diferentemente da Jovem Guarda, mas mudou os rumos da música popular brasileira. Os acústicos deram lugar aos instrumentos elétricos, guitarras e baixos e  órgãos  dividiram o espaço com pianos. Além do que trouxe de volta aos palcos intérpretes  que haviam sido  engolidos pelo furacão bossanovista, iniciado onze anos antes. A bossa nova democratizou a música popular, um banquinho, um violão ou um piano, pouca voz (mas afinada) eram o bastante para se fazer um belo som, mas tinha um viés elitista, levando para o limbo cantores e compositores populares.  A Tropicália (ou Tropicalismo) veio para dizer que tudo é permitido, que seria possível misturar  baião e rock, samba e Sinatra, jovem guarda e bossa nova, que Luiz Gonzaga e Vicente Celestino poderiam ser pop, tanto que Caetano gravou Asa Branca e Coração Materno. A  introdução de elementos eletrônicos não agradou, a princípio, os puristas, inclusive com marcha contra (até Elis estava lá), Mas se sucumbiram diante do inevitável.

            O Movimento teve clara inspiração da Semana de Arte Moderna e, parece, que, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, montado pelo Teatro Oficina, com direção de Zé Celso, e Terra em Transe, filme de Glauber Rocha, ambos em 1967, também  ajudaram a iluminar  o caminho tropicalista.


Jota Pedro, colaborador do Sopa de Cenola



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