Retrato do artista quando
coisa
A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse
ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá
fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc. Perdoai. Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas.
Manoel de
Barros, nascido em Cuiabá, em 1916, poeta
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