As pontes
Duas
pontes, uma de ferro outra de balanço. Sim, de balanço. Madeiras sustentadas
por cabos de aço.. Uma me permitia atravessar o rio, a outra o ribeirão, ambos
ainda límpidos e caudalosos. No começo, sob os cuidados de minha mãe, depois,
sozinho ou com amigos a caminho dos sonhos de adolescente. A bola, a dança de
salão, a conquista. à povoarem os pensamentos naquela travessia.
As
pontes, agora, são lembranças. Uma substituída pelo cimento, a outra corroída
pelo descaso. Parecia indestrutível.
Estas
lembranças me levaram à reflexionar sobre as pontes que temos que atravessar
vida adentro. As de balanço, atravessamos com cuidado, segurando nos cabos que
as sustentam. É o medo de cair e ser tragado pelo abismo existente sob nossos
pés. Já na de ferro, aparentemente
indestrutível, somos descuidados, com nós e com ela. O descuido nos leva à
queda e, então, seremos tragados pelo abismo escuro e sem fim.
Jorge Nicoli
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