sexta-feira, 7 de dezembro de 2018



Da necessidade de escrever


Dizer que nada é eterno é um velho e desgastado chavão. Nada dura para sempre, repetimos até como consolo por alguma perda. Somos frágeis, assim como são as coisas.


Morremos, as coisas desaparecem, se quebram, é quando aparecem as recordações, as lembranças, a saudade, sentimentos que se eternizam, assim como se eternizam os mitos. As únicas coisas eternas, são certos sentimentos e os mitos. Sobrevivem porque são etéreos, não palpáveis. Vez ou outra, aparece um ou outro tentando destruir  algum mito, porém, como certos sentimentos, eles pertencem à humanidade e esta, quem sabe, ainda sobreviva por muito tempo, ou ser eterna.  A humanidade, pode se eternizar, embora sempre apareça alguém preconizando o seu fim.

De repente, me contradigo, - ou me surpreendo com a constatação – e encontro outra coisa eterna, a própria humanidade. A sobrevivência dos sentimentos e dos mitos dependerá da sobrevivência da humanidade. Se ela sucumbir, nada haverá de sobreviver.

Na realidade esta divagação só serviu para suprir a necessidade de escrever, para continuar sobrevivendo.


Jorge Nicoli





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