Da necessidade de escrever
Dizer
que nada é eterno é um velho e desgastado chavão. Nada dura para sempre,
repetimos até como consolo por alguma perda. Somos frágeis, assim como são as
coisas.
Morremos,
as coisas desaparecem, se quebram, é quando aparecem as recordações, as
lembranças, a saudade, sentimentos que se eternizam, assim como se eternizam os
mitos. As únicas coisas eternas, são certos sentimentos e os mitos. Sobrevivem
porque são etéreos, não palpáveis. Vez ou outra, aparece um ou outro tentando
destruir algum mito, porém, como certos
sentimentos, eles pertencem à humanidade e esta, quem sabe, ainda sobreviva por
muito tempo, ou ser eterna. A
humanidade, pode se eternizar, embora sempre apareça alguém preconizando o seu
fim.
De
repente, me contradigo, - ou me surpreendo com a constatação – e encontro outra
coisa eterna, a própria humanidade. A sobrevivência dos sentimentos e dos mitos
dependerá da sobrevivência da humanidade. Se ela sucumbir, nada haverá de
sobreviver.
Na
realidade esta divagação só serviu para suprir a necessidade de escrever, para
continuar sobrevivendo.
Jorge Nicoli
Nenhum comentário:
Postar um comentário