Distraidamente
Distraidamente, caminho,
há um sol alaranjado
a alaranjar a paisagem.
O asfalto encardido
pela poeira cósmica.
Caminho, distraído,
o garoto roto
esconde o rosto,
o velho boquirroto
pede atenção.
Há o perfume da chuva
a molhar meu nariz
Caminhando distraidamente
a ouvir a sonoridade
do anacrônico toca-discos
em algum lugar da terra
O vento ventaneja
e sopra a poeira vermelha
que cobria a flor
prateada a florescer
no asfalto acinzentado.
Caminha distraído
e nãoo vejo
a lua a enluarar
o meu olhar.
Jorge Nicoli
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