O egoísmo pessoal tapa todos os horizontes
O mal e o remédio está em nós. A mesma espécie humana que agora nos
indigna, indignou-se antes e indignar-se-á amanhã.
Agora vivemos um tempo em que o
egoísmo pessoal tapa todos os horizontes. Perdeu-se o sentido da solidariedade,
o sentido cívico, que não deve confundir-se nunca com a caridade.
É um tempo escuro, mas chegará, certamente, outra geração mais
autêntica. Talvez o homem não tenha remédio, não tenhamos progredido muito em
bondade em milhares e milhares de anos sobre a Terra.
Talvez estejamos a percorrer um longo e interminável caminho que nos
leva ao ser humano.
Talvez, não sei onde nem quando, cheguemos a ser aquilo que temos de
ser.
Quando metade do mundo morre de fome e a outra metade não faz nada...
alguma coisa não funciona. Talvez um dia!
José Saramago
Escritor nascido
em Portugal, Nobel de Literatura de 1998.
Também ganhou, em 1995,
o Prémio Camões, o
mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento
internacional da prosa em língua portuguesa.
Em 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem
Militar de Sant'Iago da Espada e
em 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem, uma honra geralmente
reservada apenas a Chefes de Estado.
O seu livro Ensaio sobre a
Cegueira foi
adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão,
Brasil, Uruguai e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro e Cidade de Deus).
Em 2010 o realizador português António
Ferreira adapta um conto retirado do livro Objeto Quase, conto esse que viria dar
nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em
co-produção com o Brasil e Espanha.
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SARAU DE ABRIL
Dia 27, quarta feira
Casa da Cultura
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