terça-feira, 26 de abril de 2016



Poema de Um Certo Fernando


Agora eu sou uma estrela


Agora, o braço não é mais o braço erguido
num grito de gol
Agora, o braço é uma linha, um traço,
um rastro espelhado e brilhante
E todas as figuras são assim:
desenhos de luz, agrupamentos de pontos,
de partículas, um quadro de impulsos,
um processamento de sinais
E assim dizem, recontam a vida...

Agora retiram de mim a cobertura de carne
Escorrem todo o sangue
Afinam os ossos em fios luminosos; e aí estou:
Pelo salão, pelas casas, pelas cidades
Parecida comigo
Um rascunho
Uma forma nebulosa, feita de luz e sombra
Como uma estrela
Agora, eu sou uma estrela.

Fernando Faro
1927 - 2016


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Sarau de Abril
Nesta quarta
19:30 horas
Casa da Cultura



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