8 de dezembro
124 Anos de Uma Poetisa
Uma Mulher sem Areia Nenhuma
Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do
prudente juízo duma mulher.
Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito
feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que
embalem.
Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres
de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim...
Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das
minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser
pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria
deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram.
Florbela Espanca
Nascida em Portugal, dia 8
de dezembro de 1894, batizada como Flor Bela Lobo, e que opta por
se autonomear Florbela d'Alma
da Conceição Espanca , poetisa, que
viveu apenas 36 anos, mas plena,
embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que soube transformar em poesia da mais alta
qualidade.
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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro
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