quinta-feira, 8 de dezembro de 2016


8 de dezembro

124 Anos de Uma Poetisa

 

Uma Mulher sem Areia Nenhuma


Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher.

Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem.

Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim...

Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram. 

Florbela Espanca 

Nascida em Portugal, dia 8 de dezembro de 1894, batizada como Flor Bela Lobo, e que opta por se autonomear Florbela d'Alma da Conceição Espanca , poetisa, que viveu apenas 36 anos, mas  plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que  soube transformar em poesia da mais alta qualidade.


 

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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro






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