sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018



oite Fria

            Noite fria. Jorge hoje resolveu descansar, por isso a lua é apenas um sinal no escuro céu .Caminho pela rua deserta habitada pelos fantasmas de um velho filme de terror. Silêncio, às vezes, quebrado pelo som da  voz de uma sereia que habita em meus sonhos e me seduz em minha solidão. O vento que uiva baixinho penetra em minh´alma e faz aquela noite fria ficar ainda mais fria. Caminho em direção a lugar nenhum, numa rua que não tem fim e, vez ou outra, deparo com minha imagem nas vitrines iluminadas com velhos lampiões de gás. Imagem distorcida pela chama. Uma ave noturna pousa em meu ombro e um gato cinza se aninha em meus braços e os fantasmas aplaudem minha passagem, enquanto a sereia se materializa em meus devaneios .Me deixo seduzir e pelas asas do desejo desapareço na escuridão daquela noite fria.

Jorge Nicoli
Lorenense, nascido em Guaratinguetá,
em 1945
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Jorge Nicoli
Lorenense, nascido em Guaratinguetá,

em 1945

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