A Poesia do Dia
Às
vezes acontece.
“... O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida
presente.”
Carlos Drummond de Andrade.
É
preciso paciência
Com as
palavras.
Silêncio!
É
essencial
Ficar
em estado de deserto absoluto
Diante
a imensidão.
O
exercício da perseverança,
Requer
longa espera
Às
coisas que se avivam aos olhos.
Um grão
de areia
Espera
paciente pelo vento
Para
aventurar-se na vastidão
Do
tempo.
Pois
assim são as palavras,
As
letras ficam soltas
–
areias –
Aventando
encontros
Em
estado de quietude,
Até se
tornarem vocábulos,
Imagens
Que
irão coser ponto a ponto
Os
tempos entre as linhas de um poema.
Tenhamos
calma.
Tudo
que é mínimo
Conspira
significação
Numa
solidão de breu
Para
vir à luz.
De
repente,
Quando
menos esperamos
A
palavra desperta ávida de verso
Com
vontade de vida.
E
lúcida,
Nas
múltiplas acepções do termo
Ela voa
À
procura de poetas
Que
resignados esperam por alguma poesia.
Às
vezes,
acontece!
José de Lima
Nascido em Guaratinguetá,
no dia 8 de dezembro de 1956,
professor, ator, artista plástico e poeta,
radicado em São Paulo
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Restaurante Castelinho
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