segunda-feira, 20 de julho de 2015


A Poesia do Dia

Às vezes acontece.
                              “... O tempo é a minha matéria, o tempo presente,  os homens presentes, a vida presente.”     
                                                                                        Carlos Drummond de Andrade.

É preciso paciência
Com as palavras.
Silêncio!

É essencial
Ficar em estado de deserto absoluto
Diante a imensidão.
O exercício da perseverança,
Requer longa espera
Às coisas que se avivam aos olhos.
Um grão de areia
Espera paciente pelo vento
Para aventurar-se na vastidão
Do tempo.
Pois assim são as palavras,
As letras ficam soltas
 – areias –
Aventando encontros
Em estado de quietude,
Até se tornarem vocábulos,
Imagens
Que irão coser ponto a ponto
Os tempos entre as linhas de um poema.
Tenhamos calma.
Tudo que é mínimo
Conspira significação
Numa solidão de breu
Para vir à luz.
De repente,
Quando menos esperamos
A palavra desperta ávida de verso
Com vontade de vida.
E lúcida,
Nas múltiplas acepções do termo
Ela voa
À procura de poetas
Que resignados esperam por alguma poesia.
Às vezes, acontece!            

José de Lima
Nascido em Guaratinguetá,
no dia 8 de dezembro de 1956,
professor, ator, artista plástico e poeta,
radicado em São Paulo

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