terça-feira, 14 de julho de 2015



A Poesia do Dia

O Horror dos Vivos

Ao menos junto dos mortos pode a gente 

Crer e esperar n'alguma suavidade: 
Crer no doce consolo da saudade 
E esperar do descanso eternamente. 
Junto aos mortos, por certo, a fé ardente 
Não perde a sua viva claridade; 
Cantam as aves do céu na intimidade 
Do coração o mais indiferente. 
Os mortos dão-nos paz imensa à vida, 
Não a lembrança vaga, indefinida 
Dos seus feitos gentis, nobres, altivos. 
Nas lutas vãs do tenebroso mundo 
Os mortos são ainda o bem profundo 
Que nos faz esquecer o horror dos vivos.

 Cruz e Sousa 
nasceu em Nossa Senhora do Desterro, dia 24 de novembro de 1861Poeta, com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.  Faleceu em 1898

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