Ser Ator
Todos nós sofremos da síndrome de palco...Sim,. todos nós sofremos
da síndrome do palco, isto é, todos nós tememos o palco, temos pavor da
exposição. Quem afirma é Fritz Perls, um ator que s se transformou em
psicólogo.
Diria
que ele tem razão e mais: mesmo exercendo um grande fascínio o palco nos causa
medo, afinal é ali que nos expomos, mesmo usando a máscara de um personagem
qualquer.
Alguns
dizem que ser ator é poder viver várias vidas, ter diversas caras, inúmeros
eus, o certo é que quando subimos no palco, nos encontramos com nós mesmos.,
com nossos medos, nossas ansiedades, nossas fraquezas;
Vencer
o medo do palco é conquistá-lo para a vida toda. Temer o espetáculo, parte da
arte do exercício teatral. Sobretudo, o que caberá sempre ao ator, é
divertir-se em cena. Ainda que as pernas fiquem bambas aos primeiros longos
minutos de um espetáculo, ou que a voz venha entrecortada nas primeiras
palavras de um texto, ou que as mãos fiquem trêmulas, ao ter que segurar um
objeto de cena, tudo passa e vai se acomodando, à medida que o espaço da cena
vai se tornando familiar, a sua casa.
O medo
faz parte daqueles que se arriscam, que desafiam o inusitado, e haja papel
higiênico para nossas diarréias e banheiros para nossa incontinência urinária.
O
grande pavor do ator é o “branco”, esquecimento de parte do texto, a angústia
do tentar procura-lo na memória, o olhar aflito em busca da ajuda do parceiro
de cena ou do diretor.
Enfim,
ser ator é entrar num turbilhão de emoções, é sair do comodismo, é enfrentar a
si mesmo, é poder se encontrar a cada cena, a cada gesto, a cada palavra.
Na
verdade, apesar de tudo, só me sinto plenamente seguro e salvo, quando sinto
cheiro da poeira da tábua do sagrado espaço do palco. Realidade palpável..
Jorge Nicoli e José de Lima
Texto que
faz parte do espetáculo
Recortes do Palco
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura