terça-feira, 30 de agosto de 2016


Ser Ator

Todos nós sofremos da síndrome de palco...Sim,. todos nós sofremos da síndrome do palco, isto é, todos nós tememos o palco, temos pavor da exposição. Quem afirma é Fritz Perls, um ator que s se transformou em psicólogo.

Diria que ele tem razão e mais: mesmo exercendo um grande fascínio o palco nos causa medo, afinal é ali que nos expomos, mesmo usando a máscara de um personagem qualquer.

Alguns dizem que ser ator é poder viver várias vidas, ter diversas caras, inúmeros eus, o certo é que quando subimos no palco, nos encontramos com nós mesmos., com nossos medos, nossas ansiedades, nossas fraquezas;

Vencer o medo do palco é conquistá-lo para a vida toda. Temer o espetáculo, parte da arte do exercício teatral. Sobretudo, o que caberá sempre ao ator, é divertir-se em cena. Ainda que as pernas fiquem bambas aos primeiros longos minutos de um espetáculo, ou que a voz venha entrecortada nas primeiras palavras de um texto, ou que as mãos fiquem trêmulas, ao ter que segurar um objeto de cena, tudo passa e vai se acomodando, à medida que o espaço da cena vai se tornando familiar, a sua casa.

O medo faz parte daqueles que se arriscam, que desafiam o inusitado, e haja papel higiênico para nossas diarréias e banheiros para nossa incontinência urinária.

O grande pavor do ator é o “branco”, esquecimento de parte do texto, a angústia do tentar procura-lo na memória, o olhar aflito em busca da ajuda do parceiro de cena ou do diretor.

Enfim, ser ator é entrar num turbilhão de emoções, é sair do comodismo, é enfrentar a si mesmo, é poder se encontrar a cada cena, a cada gesto, a cada palavra.

Na verdade, apesar de tudo, só me sinto plenamente seguro e salvo, quando sinto cheiro da poeira da tábua do sagrado espaço do palco. Realidade palpável..

Jorge Nicoli e José de Lima
Texto que faz parte do espetáculo
Recortes do Palco


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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura



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