15 de agosto
60 Anos Sem Brecht
Ele sabia do que estava falando
Certa
vez ele escreveu o que gostaria que estivesse gravado em sua lápide: “ele fez
sugestões, nós aceitamos”, completou dizendo que ficaria feliz por uma
inscrição como essa. E deve ter ficado feliz, não pela inscrição, mas porque
muita gente aceitou suas sugestões, sugestões para que olhasse para as coisas
além do que elas se apresentam, para que não se conformasse com as injustiças,
para que não se acomodasse com o que parecia trivial. E para fazer as sugestões
usou a poesia, o teatro, a música, o cinema, pequenos textos. Mais do que dar
sugestões ele foi à luta, revolucionou o teatro, rompendo com a parede
invisível – a que separa ator da platéia -, propôs dialogar com o espectador e
fez com que o ator também dialogasse com o texto. Teve coragem para ousar e não
influenciou apenas atores e diretores, mas também filósofos como Walter
Benja
min.
Ele
se foi há 60 anos, no dia 15 de agosto de 1956, com 58 amos, tempo suficiente
para demonstrar sua genialidade e, acima de tudo, deixar uma vasta obra que, a cada dia, se
mostra atualíssima. Dramaturgo, poeta, roteirista, compositor e, talvez,
profeta ou, quem sabe, um visionário. Sim, Bertolt Brecht sabia dp que estava
falando.
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e
Cultura
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