quarta-feira, 17 de agosto de 2016




Poesia de Um Quase Poeta


Eu e o nada


Cá estou
girando em torno de mim mesmo.

Sinto a náusea

Há muito que não faço outra coisa
a não ser girar,
como faz tempo que  convivo
com esta ânsia de vômito.

Giro, num giro sem fim,
sempre voltando ao início,
que não sei bem onde é.

Não chego ao fim
porque não sei onde principio.
Talvez não tenha princípio nem fim.

E giro,
entre o início que não há
e o fim que não chegará.

Há um vácuo de sentindo,
nada sinto além da náusea,
e nada há,
a não ser o espaço
entre o  eu e o nada.


Jorge Nicoli


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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura

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