O Barroco
na Música Popular
A música popular brasileira está repleta de letras barrocas,
não só em imagens poéticas como no rebuscamento das palavras.
Aqui dois exemplos, o primeiro é Luar do Sertão, de
Catulo da Paixão Cerense (1863/1946), que por sinal era maranhense, onde se
encontra versos como este:: “Lá na serra branquejando folhas
secas pelo chão”, ou como estes: “Mais parece um sol de prata prateando
a solidão”, e como estes: “No leito azul das suas águas
murmurando, e por sua vez roubando as estrelas lá do.céu”.
O outro exemplo é Rosa, música de Pixinguinha (1897/1973)
com letra de Otávio de Souza, um mecânico, do qual nada se sabe, além de
ter sido o autor da letra para este clássico. Uma letra repleta de versos
rebuscados.
Eis uns : “Tu és
divina e graciosa, estátua majestosa do amor, por Deus esculturada e formada com ardor da alma da mais
linda flor de mais ativo olor.”; Mais uns: “Teu coração junto ao meu lanceado,
pregado e crucificado sobre a rósea
cruz do arfante peito teu”.
Outro: “Oh, alma perenal.” E mais outro: Em sândalos olentes cheios de sabor.
A letra toda composta na segunda pessoa e contendo alguns
equívocos, porém o que vale é sua perenidade. A letra ainda contém outras
pérolas. mas já se pode ter uma idéia do quanto de barroco possui.
Jota
Pedro
Colaborador
do Sopa de Cebola
Um Boletim
de Arte e Cultura, há 4 anos compartilhando inteligência
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