Supervalorização da ciência
Essa combinação de fatores sócio-históricos gerou grandes
distorções, como o fato de a ciência, tornada laica pelo iluminismo europeu,
ganhar status religioso em doutrinas como o positivismo e outras, durante o
século 19 e início do 20.
É neste
ambiente de supervalorização do progresso científico e de deturpação da
natureza original da ciência que surge Karl Popper (1902/1994), que se tornaria
o mais influente e respeitado filósofo da ciência entre os homens que a fazem
nos dias de hoje. Popper é o autor da definição atualmente mais aceita de
teoria científica: "Uma teoria científica é um modelo matemático que
descreve e codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá
descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns postulados simples
como também deverá ser capaz de fazer previsões claras as quais poderão ser
testadas."
Com esta
definição, a simplicidade e a clareza voltavam a ser virtudes identificadoras
da boa ciência, que assim se separa das mistificações que nos dois séculos
anteriores tentaram pegar carona em seu prestígio.
Excerto de um texto de
Carlos Roberto de Lana,
Carlos Roberto de Lana,
professor e engenheiro químico,
escrito para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
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