A Sociedade Destroça o Indivíduo
Trata-se dum conjunto, dum todo, a
sociedade, e, podre, uma vez que é preciso contar com ela ao mesmo tempo que se
não deve contar.
Quer dizer, é como um conjunto estável,
composto por elementos instáveis. Ora é impossível viver no interior, sem
sofrer essa instabilidade, esse monte de mentiras.
Surge então o medo de utilizar o mínimo
pormenor que participe dessa instabilidade. É a revolta. Você duvida do valor
das palavras, dos gestos, do que representam as palavras, das ideias, das
simples associações de ideias, dos sonhos e até da realidade, das sensações
mais claras, mais agudas.
Você duvida mesmo da sua dúvida, da
organização que toma, da forma que adota. Não lhe fica nada, nada. Já não é
nada, é um camaleão, um eco, uma sombra. Isso é obra da sociedade, compreende?
J.-M. G. Le Clézio
Escritor, Nobel/2008
nascido na França, em
190
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