As Reaproximações
Quando nasci
minha avó Luzia, matriarca de sangue italiano, decidiu que me chamaria Jorge e
que Jorge, o da lua, seria meu padrinho. Assim foi feito e meu primeiro banho
foi regado a vinho e água, assim como a comemoração pela minha chegada.
E durante
algum tempo Jorge me acompanhou, através de um quadro dependurado na parede –
era iluminado em seu contorno -, quadro pelo qual meu pai nutria grande
devoção, inclusive dizia tê-lo salvado da morte duas vezes. Meu pai se foi
muito cedo, eu não liguei mais para Jorge e pouco lembrava de meu pai.
Abandonei as coisas lá do céu e das afinidades
E por muito
tempo vivi assim, longe destas coisas do espírito, até que certo dia resolvi me reaproximar destas
figuras míticas – ou místicas -, me apegando aos orixás. Com isto me acheguei novamente
ao meu padrinho Jorge e, talvez, mais do que isso, reaproximei de meu pai.
Jorge Nicoli
Afilhado de Jorge – ou de Ogum
Nenhum comentário:
Postar um comentário