terça-feira, 18 de abril de 2017



Nascer Todas as Manhãs



Apesar da idade, não me acostumar à vida. Vivê-la até ao derradeiro suspiro de credo na boca.


Sempre pela primeira vez, com a mesma apetência, o mesmo espanto, a mesma aflição. Não consentir que ela se banalize nos sentidos e no entendimento. Esquecer em cada poente o do dia anterior. Saborear os frutos do quotidiano sem ter o gosto deles na memória. Nascer todas as manhãs. 

Miguel Torga
Escritor e poeta,
nascido em Portugal em 1907



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