De Mia Couto
Quando já não havia outra tinta no mundo o poeta usou do seu
próprio sangue.
Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo.
Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem voz nem nascente.
Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo.
Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem voz nem nascente.
Mia
Couto
de Moçambique,
nascido em 1955,
biólogo e escritor
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