sábado, 30 de dezembro de 2017





O Teatro Sem Medo


Sou um veterano militante na arte teatral e nela já fiz de tudo, tanto como diretor quanto como ator. Comédias, textos infantis, políticos/sociais, psicológicos, poético-musicais, com pessoas engajadas e com diletantes, com jovens ou com os não tão jovens.



Já estive andando pelos palcos e pelas praças, divertindo e me divertindo, levando seriedade e, às vezes, risos, para muita gente ou para quase ninguém. Algumas alegrias uma ou outra frustração.


No fim, um saldo positivo. Nada do que fiz dá saudade, apenas traz lembranças, não há arrependimento, porém não repetiria algumas coisas.  Vivi o momento histórico, o que cabia a mim, hoje vivo outro momento, em que o fazer teatral passou a ter significado diferente, o da luta contra o descaso e a banalização da própria arte, e isso demanda um teatro sem concessões, que toque profundamente a sensibilidade de quem se dispuser a vê-lo.


Um teatro que provoque reflexões sobre as relações humanas e o papel do homem no contexto político/social. O teatro que dê subsídios para a discussão mais profunda sobre as coisas do mundo. Enfim um teatro que tenha a coragem de se expor, que não tenha medo de dizer. que não se calará.


Jorge Nicoli

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