O IMPARCIAL SÓ
ERECE A NOSSA GARGALHADA
Amigos, eu não sou
imparcial e digo mais: — acho que o imparcial só merece a nossa gargalhada.
“Como assim?”, perguntará o leitor em sua espessa ingenuidade.
Vejamos. O
imparcial é cômico por vários motivos. Primeiro, porque não existe e, apesar
disso, faz uma série de coisas: — namora, casa, tem filhos etc., etc. Segundo,
porque o ser humano pode ter todos os defeitos, e os tem, menos o da
imparcialidade.
Como não pretendo
ser imparcial, pertenço à classe dos cronistas-torcedores.
Vocês nem imaginam.
Mas eu não faço crítica e sim torcida. Portanto, nada me impede de escolher o
jogo Atlético x Fluminense e escrever vinte laudas sobre a nossa atuação.
Acontece, porém,
que perdemos, em Minas: — 2 x 0. Não me custaria tentar uma prolixa explicação
da derrota. Mas isso não modificaria nada.
Diga-se, a título
de consolo, que, apesar de tudo, temos um digno segundo lugar, a um ponto do
líder, que é o Grêmio. Prefiro deixar passar as primeiras vinte e quatro horas
e, então, escrever sobre o Tricolor.
Nélson Rodrigues
(1912/1980)
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Apoio Cultural
Vitória Parra
Agora na Oliveira Borges
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