terça-feira, 7 de julho de 2015



O IMPARCIAL SÓ 
ERECE A NOSSA GARGALHADA

Amigos, eu não sou imparcial e digo mais: — acho que o imparcial só merece a nossa gargalhada. “Como assim?”, perguntará o leitor em sua espessa ingenuidade.
Vejamos. O imparcial é cômico por vários motivos. Primeiro, porque não existe e, apesar disso, faz uma série de coisas: — namora, casa, tem filhos etc., etc. Segundo, porque o ser humano pode ter todos os defeitos, e os tem, menos o da imparcialidade.
Como não pretendo ser imparcial, pertenço à classe dos cronistas-torcedores.
Vocês nem imaginam. Mas eu não faço crítica e sim torcida. Portanto, nada me impede de escolher o jogo Atlético x Fluminense e escrever vinte laudas sobre a nossa atuação.
Acontece, porém, que perdemos, em Minas: — 2 x 0. Não me custaria tentar uma prolixa explicação da derrota. Mas isso não modificaria nada.
Diga-se, a título de consolo, que, apesar de tudo, temos um digno segundo lugar, a um ponto do líder, que é o Grêmio. Prefiro deixar passar as primeiras vinte e quatro horas e, então, escrever sobre o Tricolor.
Nélson Rodrigues
(1912/1980)

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Apoio Cultural
Vitória Parra
Agora na Oliveira Borges



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