segunda-feira, 4 de abril de 2016


MÚSICA


A barbárie “musical”

A  barbárie toma conta  de um setor da música brasileira, se é que poderemos chamar de música esta idiotização sonora, chamada funk nacional, que alguns “ideólogos” denominam “música do proletariado”. E Marx, Engels, Gramsci devem revirar no caixão, ouvindo tal asneira. Não existe, no bojo do funk, nenhuma contestação contra o capital ou qualquer reivindicação em favor da classe trabalhadora, nem mesmo protesto contra a violência policial. Além do mais não há música, nem melodia, muito menos letra razoável. As letras, pelo contrário, são sexistas e machistas, eivada de obscenidades explícitas, na sua maioria, desqualificando a mulher e, para completar a obra, desqualificando a peópria  música popular brasileira. Tud com um profundo mau gosto.

O pior é que algumas meninas ainda rebolam ao som desta imbecilidade “musical e com um largo sorriso.

E não há como não perceber a agressividade explicitamente entronizada neste contexto “musical”, embora encontremos esta agressividade no hip-hop e no rap, só que ambos têm um propósito definido, denunciar a violência policial, preconceito e trazer à tona os problemas da periferia.

Antes que pensem que sou amante destes gêneros, digo que não, porém os vejo com grande respeito.

Voltando ao funk, não aceito nenhuma tese sociológica, para  justificar esta aberração “musical”. Não há nela nenhuma revolta contra o “status quo” tampouco contra a violência, muito menos fruto da tal crise  econômica, há sim, somente uma barbarização de um conceito musical. O que é lamentável.

Jota Pedro
Colaborador do Sopa de Cebola

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SOPA DE CEBOLA

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