MÚSICA
A barbárie “musical”
A
barbárie toma conta de um setor da música brasileira, se é que
poderemos chamar de música esta idiotização sonora, chamada funk nacional, que
alguns “ideólogos” denominam “música do proletariado”. E Marx, Engels, Gramsci
devem revirar no caixão, ouvindo tal asneira. Não existe, no bojo do funk,
nenhuma contestação contra o capital ou qualquer reivindicação em favor da
classe trabalhadora, nem mesmo protesto contra a violência policial. Além do
mais não há música, nem melodia, muito menos letra razoável. As letras, pelo
contrário, são sexistas e machistas, eivada de obscenidades explícitas, na sua
maioria, desqualificando a mulher e, para completar a obra, desqualificando a
peópria música popular brasileira. Tud
com um profundo mau gosto.
O
pior é que algumas meninas ainda rebolam ao som desta imbecilidade “musical e
com um largo sorriso.
E
não há como não perceber a agressividade explicitamente entronizada neste
contexto “musical”, embora encontremos esta agressividade no hip-hop e no rap,
só que ambos têm um propósito definido, denunciar a violência policial,
preconceito e trazer à tona os problemas da periferia.
Antes
que pensem que sou amante destes gêneros, digo que não, porém os vejo com
grande respeito.
Voltando
ao funk, não aceito nenhuma tese sociológica, para justificar esta aberração “musical”. Não há
nela nenhuma revolta contra o “status quo” tampouco contra a violência, muito
menos fruto da tal crise econômica, há
sim, somente uma barbarização de um conceito musical. O que é lamentável.
Jota
Pedro
Colaborador
do Sopa de Cebola
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e
Cultura
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