A Liberdade e a Justiça
A revolução do século XX separou arbitrariamente,
para fins desmesurados de conquista, duas noções inseparáveis.
A liberdade absoluta mete a justiça a ridículo. A
justiça absoluta nega a liberdade. Para serem fecundas, as duas noções devem
descobrir os seus limites uma dentro da outra.
Nenhum homem considera livre a sua condição se ela
não for ao mesmo tempo justa, nem justa se não for livre. Precisamente, não pode
conceber-se a liberdade sem o poder de clarificar o justo e o injusto, de
reivindicar todo o ser em nome de uma parcela de ser que se recusa a
extinguir-se.
Finalmente, tem de haver uma justiça, embora bem
diferente, para se restaurar a liberdade, único valor imperecível da história.
Os homens só morrem bem quando o fizeram pela
liberdade: pois, nessa altura, não acreditavam que morressem por completo.
Albert
Camus
Escritor, romancista, ensaísta, dramaturgo e
filósofo, nascido na França, também jornalista militante
engajado na Resistência Francesa e nas discussões morais do pós-guerra.
Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos que, aliados ao
sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensamento
do escritor. Camus foi agraciado com o Prêmio Nobel de
Literatura de 1957.
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SOPA DE CEBOLA
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