A Ditadura e as músicas de protesto.
O crítico
musical e pesquiador José Ramos Tinhorão afirma que a única música d protesto
composta durante a ditadura foi Pra Não
Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vndré, afirma ele que as outras
foram feitas para uma classe média iniciada culturalmente. Na verdade,
Caminhando, é uma letra panfletária, sem metáforas, de uma clareza lapidar, uma
provocação explícita aos militares: “nos quartéis lhes ensinam antigas lições
de morrer pela pátria e viver sem razão”. Mais claro impossível..
Os outros compositores preferiram um caminho mais simbólico,
metafórico, diria mais criativo, mais artístico. Evidente que nem todos que ouviam
estas canções percebiam a sutileza do protesto. Era uma forma de driblar a censura
estúpida, se bem que chamar censura de estúpida sempre parece redundância. Era
o jeito de atingir pelo menos aqueles mais atentos, mas engajados na luta
contra a ditadura;
Se bem
que era tão somente uma catarse, assim como o teatro, com seus textos políticos,
pouco poderia fazer para mudar aquele estado de coisas.
Se não
mudava, pelo menos, provocava, cá e lá, debates sobre a situação e estes
debates, às vezes, refletiam numa tomada de consciência, de um ou de outro. Era
pouco, mas era o que se podia fazer, mas tinha os que acreditavam, até por
ingenuidade, que “quem sabe faz a hora, não eséra acontecer”.
Jote
èdro
Colaborador
do
Sopa
de Cebola
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SOPA DE CEBOLA
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