quinta-feira, 1 de setembro de 2016



A Ditadura e as músicas de protesto.





O crítico musical e pesquiador José Ramos Tinhorão afirma que a única música d protesto composta durante a ditadura foi Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vndré, afirma ele que as outras foram feitas para uma classe média iniciada culturalmente. Na verdade, Caminhando, é uma letra panfletária, sem metáforas, de uma clareza lapidar, uma provocação explícita aos militares: “nos quartéis lhes ensinam antigas lições de morrer pela pátria e viver sem razão”. Mais claro impossível..
Os outros compositores preferiram um caminho mais simbólico, metafórico, diria mais criativo, mais artístico. Evidente que nem todos que ouviam estas canções percebiam a sutileza do protesto. Era uma forma de driblar a censura estúpida, se bem que chamar censura de estúpida sempre parece redundância. Era o jeito de atingir pelo menos aqueles mais atentos, mas engajados na luta contra a ditadura;

Se bem que era tão somente uma catarse, assim como o teatro, com seus textos políticos, pouco poderia fazer para mudar aquele estado de coisas.

Se não mudava, pelo menos, provocava, cá e lá, debates sobre a situação e estes debates, às vezes, refletiam numa tomada de consciência, de um ou de outro. Era pouco, mas era o que se podia fazer, mas tinha os que acreditavam, até por ingenuidade, que “quem sabe faz a hora, não eséra acontecer”.

Jote èdro
Colaborador do
Sopa de Cebola

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