A Idade só se Aplica às Pessoas
Vulgares
A tendência para
colocar uma ênfase especial ou organizar a juventude nunca me foi cara; para
mim, a noção de pessoa velha ou nova só se aplica às pessoas vulgares.
Todos os seres
humanos mais dotados e mais diferenciados são ora velhos ora novos, do mesmo
modo que ora são tristes ora alegres. É coisa dos mais velhos lidar mais livre,
mais jovialmente, com maior experiência e benevolência com a própria capacidade
de amar do que os jovens.
Os mais idosos
apressam-se sempre a achar os jovens precoces demasiado velhos para a idade,
mas são eles próprios que gostam de imitar os comportamentos e maneiras da
juventude, eles próprios são fanáticos, injustos, julgam-se detentores de toda
a verdade e sentem-se facilmente ofendidos.
A idade não é pior
que a juventude, do mesmo modo que Lao-Tsé não é pior que Buda e o azul não é
pior que o vermelho. A idade só perde valor quando quer fingir ser juventude.
Hermann Hesse
1877 — 1962
escritor e pintor, nascido na Alemanha, que se naturalizou suíço. Em 1946 recebeu o Prêmio Goethe e, passados alguns meses, o Nobel de Literatura. Seus livros mais famosos são: Demian (1917), O Lobo da Estepe (1927) e O
Jogo das Contas de Vidro (1943) e,
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