Nossa sociedade costuma demonstrar seus
valores cultuando-os. Este culto mostra duas coisas: que temos uma imensa
capacidade de amar símbolos, pessoas ou coisas, e que, justamente por isso,
também somos capazes de muita ilusão.
Quando desejamos ilusões não atingimos a
profundidade do nosso desejo. Não devemos apenas pensar nas falsas necessidades
que fazem operar nosso desejo, as inventadas pela sociedade em seu modo de
produção atual. Devemos pensar nos valores que impomos a quem não é como nós
somos e que compõem nosso desejo. A atenção crítica a si mesmo e ao outro
precisa de óculos cuja lente seja a liberdade de ser que é direito de cada um.
A liberdade do outro é onde inicia a minha.
Excerto de
Desejar
o Desejo,
Márcia Tiburi
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SOPA DE CEBOLA
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