quinta-feira, 15 de setembro de 2016


 Um Cão Andaluz   o Surrealismo  no Cinema
A idéia nasceu nos sonhos de Buñuel e Dalí. Um sonhara com uma nuvem cortando a lua como uma lâmina cortando um olho, já o outro sonhara com formigas saindo de suas mãos. Ambos se juntaram e fizeram o filme.
Segundo o Manifesto Surrealista, um dos princípios das construções de enunciados é a distância entre os significados. O inconsciente se manifesta no automatismo e a falta de lógica e linearidade representa essa lógica do inconsciente que não é lógica nenhuma para a consciência desperta.
Enfim, um filme sem significado, quebrando o padrão cinematográfico e que impossibilita qualquer interpretação objetiva.
O inconsciente se expressa de maneira tão crua que não é possível saber o que está passando e não há como estabelecer categorias religiosas  - há dois padres e tábuas dos dez mandamentos - , nem sociais -  um homem é colocado em frente à parede “de castigo” -. O  filme é puro caos. Tangos e pedaços de Wagner se misturam num grande vídeo-clipe.
Os efeitos especiais, -  o olho é cortado e as formigas saindo da mão do homem - , eram geniais e avançadíssimos para a época, assim como a cena de nudez e os amassos de um casal. Tudo aquilo que não significava nada tinha a força de um tapa na cara da sociedade de valores burgueses.
O filme é considerado como a base para o terror e o suspense, assim como a inspiração básica de qualquer cinema fora da indústria cultural.
Adaptação de um texto de
Vinícius Siqueira
Formado em sociopsicologia e editor do Colunas Tortas.
Um Cão Andaluz, 1929,
 dirigido por Luis Buñuel


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